História inspiradora 1
Kauã perdeu o pai ainda muito cedo, morto em dezembro de 2018 por ter envolvimento com o tráfico. No ano seguinte, sua avó o matriculou em nossa instituição. Com a pandemia, tentamos mantê-lo sempre – mesmo que à distância – por perto. Por problemas de compatibilidade com o horário escolar, no início deste ano ele deixou a instituição. No mês de agosto, recebemos uma mensagem dele pedindo por favor para poder voltar, porque os “amigos” de seu pai estariam querendo recrutá-lo. Evidentemente, permitimos seu retorno e até o momento ele está se dedicando com muito interesse a cada uma das atividades. Com um mês de aulas, ele já está tocando ripinique e cavaquinho muito bem!
História inspiradora 2
Samuel, criança de dez anos, mora no Morro dos Macacos com a tia avó, que o adotou como filho, em virtude da situação da mãe, moradora de rua e usuária de drogas. Este menino frequenta a escola, cursando a quinta série do Ensino Fundamental, mas ainda não adquiriu automatização na leitura e na escrita, apresentando grave comprometimento cognitivo, o que o marginaliza dentro da turma. Era uma criança que aparecia apenas pelas deficiências e pelas bagunças que fazia. Sua mãe adotiva, já idosa, com pouca instrução e baixa situação financeira, não tinha condições de procurar oportunidades alternativas para o seu desenvolvimento, Foi no Espaço Logos, através da oficina de percussão, que Samuel descobriu dentro dele a aptidão para o ritmo, destacando-se no toque da caixa, o que fez brotar nele a autoestima necessária para sua autoafirmação, levando-o a demonstrar grande interesse por essa atividade. Perguntado porque ele gosta tanto da oficina de percussão, a resposta foi curta e muito significativa: é porque nela ninguém me chama de burro. É o poder da arte como instrumento de transformação.
História inspiradora 3
A apresentação das crianças no final do ano de 2022 foi um evento surpreendente. As próprias crianças, seus familiares e a direção da instituição, ficamos bastante emocionados com o exemplo de superação que presenciamos. Nossas crianças venceram, em um curto espaço de seis meses, grandes limitações de coordenação motora, ritmo e cognição, dedicando-se sobremaneira nos ensaios, passando por cima de problemas psicológicos e emocionais que os levavam à baixa autoestima, para que pudessem apresentar o espetáculo. Não é possível destacar uma individualidade como história inspiradora. Todo o grupo o é, e deve ser parabenizado integralmente.