História inspiradora 1

A realização de rodas de conversa com estudantes sobre direitos humanos, especialmente sobre a ditadura militar e lugares de memória, constitui-se como uma atividade muito importante para que a memória sobre a ditadura seja preservada e que, a partir de então, as novas gerações possam entender melhor o presente e coletivamente construir um futuro em que o respeito aos direitos humanos e à democracia estejam mais presentes. Realizados a partir de solicitação das escolas ou de organizações parceiras, os diálogos com estudantes são muito potentes, especialmente quando contam com a presença de ex-presos políticos: os jovens demonstram sua curiosidade de querer entender com quem viveu os terrores da ditadura como foi o período. Ao final de uma dessas rodas de conversa, realizada em julho de 2024 no Memorial da Resistência, uma jovem aluna da ETEC Takashi Morita assim se expressou: “(…) só de pensar que pra ter uma democracia tanta gente teve que morrer e ser torturada! Quantas mortes aconteceram para se fazer uma democracia! (A roda de conversa) foi incrível, eu amei. É como se eu tivesse mais vontade ainda de lutar e estudar para alcançar o que eu quero e fazer a diferença na vida das pessoas (…)”.

 

História inspiradora 2

As visitas mediadas promovidas pelo Núcleo Memória ao antigo DOI-Codi/SP frequentemente geram reflexões profundas, especialmente entre os jovens. Um exemplo marcante foi a experiência dos alunos da EMEF Henrique Souza Filho – Henfil. Durante uma dessas visitas, um dos alunos fez uma descoberta surpreendente: em um dos armários do prédio, encontrou um documento datado de 1967, anterior à Operação Bandeirantes (1969) e à criação do DOI-Codi (1970). Esse achado, que fazia referência à Delegacia de Polícia que ocupava o local naquela época, inspirou as professoras a criarem o projeto “Escritores da Liberdade: Ditadura Nunca Mais!”.? ? O projeto foi muito além da visita ao antigo DOI-Codi. Ele envolveu pesquisas aprofundadas, uma peça teatral e a produções literárias, permitindo que eles explorassem de maneira crítica o período da ditadura militar no Brasil e tema dos direitos humanos. O impacto desse trabalho foi tão significativo que, no dia 23 de setembro, a escola conquistou o 1º lugar no 19º Prêmio Paulo Freire de Qualidade do Ensino Municipal, na categoria Ensino Fundamental II e Ensino Médio.? ? A cerimônia de entrega, realizada na Câmara de São Paulo, contou com a presença das professoras, alunos e de membros do Núcleo Memória, além da uma participação especial de Lutgardes Freire, filho de Paulo Freire, patrono da educação brasileira. A premiação não só reconheceu o esforço e a criatividade dos alunos e educadores, mas também reforçou a importância de se preservar a memória em defesa da democracia e do Estado de direitos.?

 

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