História inspiradora 1

No dia 26/07 o Instituto Phi realizou uma visita ao futuro Memorial da Luta pela Justiça, em conjunto com a equipe do Núcleo da Memória e da Ordem dos Advogados do Brasil – seção São Paulo. O Núcleo da Memória será o responsável pela gestão programática do equipamento e a OAB-SP é a responsável pela execução das obras de adequação e restauro, que irão começar em breve, com previsão de término em meados de julho de 2025. Durante a visita, a liderança do Núcleo da Memória, Maurice Politi, foi apresentando e contando todas as histórias sobre os julgamentos que aconteceram no prédio, que contava com as juntas militares do exército, aeronáutica e marinha. Maurice, nasceu no dia 24 de janeiro de 1949 no Egito. Imigrou para o Brasil em 1958 ao lado de sua família, após serem expulsos do país em virtude da Guerra de Suez. Vivendo na capital paulista, ingressou em 1968 na Escola de Comunicação e Artes da USP e logo se aproximou do Movimento Estudantil. Envolvido na luta de oposição à ditadura, passou a militar no setor de apoio logístico da Ação Libertadora Nacional (ALN). Em decorrência de seu engajamento político, foi preso pela Operação Bandeirantes (OBAN) em 1970. Ao longo dos quatro anos em que esteve preso, passou por diversos cárceres no estado de São Paulo. Ao fim de sua condenação, a Auditoria da Justiça Militar concedeu-lhe o alvará de soltura. No entanto, ele foi mantido preso para aguardar o decreto de outro processo que corria junto à Delegacia Especializada de Estrangeiros. Ele foi julgado no prédio que sediará o memorial futuramente, e quando relembrou este momento, comentou que no dia de seu julgamento sua mãe estava presente e passou um dia inteiro aguardando a decisão dos juízes, que só saiu a noite. Quando veio a condenação ela desfaleceu e seu filho nada pode fazer. A primeira vez que entrou no espaço anos depois, Maurice conta que teve a impressão de ver sua mãe lá o esperando.

 

História inspiradora 2

No dia 23/10 deste ano, faleceu Idibal Pivetta, também conhecido como César Vieira, ele foi preso pela ditadura militar brasileira em dois anos, 1965 e 1973, tendo permanecido em cárcere por aproximadamente 67 dias. Nascido no dia 28 de junho de 1931 em Jundiaí, no interior de São Paulo. No período em que cursou as graduações de Jornalismo e Direito, engajou-se no Movimento Estudantil, chegando a assumir a vice-presidência da União Nacional dos Estudantes (UNE) e paralelamente, envolveu-se com atividades teatrais. Tornou-se dramaturgo e um dos fundadores do grupo Teatro União e Olho Vivo (TUOV). Para driblar a censura, adotou o nome artístico César Vieira, ao qual aludimos. Depois de formado, passou a advogar em defesa de presos e perseguidos políticos e representou uma forte influência na carreira de muitos colegas que seguiram pelo mesmo caminho. Como resultado dessas atividades, foi preso e indiciado por subversão em 1973. Neste processo, passou pelo DOI-Codi/SP, Deops/SP e Presídio do Hipódromo até ser absolvido pelo Tribunal da Justiça Militar. Após sua soltura, voltou a defender presos políticos e permaneceu exercendo esta atividade até a redemocratização. Idibal/César passou pelo tribunal das Juntas Militares como réu e advogado de defesa, o Núcleo da Memória colheu seu depoimento antes de sua morte, será um dos registros importantes do acervo permanente do futuro Memorial, uma história que inspirará gerações a partir de seu exemplo na luta pela democracia brasileira.

 

 

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