História inspiradora 1
Em 25 de setembro e 25 de novembro de 2018, ocorreram roubos à mão armada semelhantes em ônibus na cidade de São Paulo. Poucos dias após o segundo crime, policiais foram até a casa da avó de Robert e o levaram até a delegacia para “elucidar uma investigação”. Ali, Robert foi reconhecido pelo motorista do ônibus do primeiro roubo como um dos autores do crime. Após a sua prisão, os policiais passaram a chamar outras vítimas de roubos semelhantes para reconhecê-lo. Uma dessas vítimas apontou Robert como coautor do segundo roubo. Ambos os reconhecimentos feitos na fase policial foram obtidos mediante indução e em desacordo com o procedimento previsto em lei. Mesmo diante de provas evidentemente nulas e frágeis, Robert foi condenado por ambos os roubos, totalizando uma pena de quase 17 anos de reclusão. Em 3 de dezembro de 2020, o Ministro Rogério Schietti Cruz, do Superior Tribunal de Justiça, deferiu liminar para soltar Robert pelo segundo roubo. Mas Robert só ganhou a merecida liberdade 20 dias depois, na véspera do Natal, quando o Presidente do Superior Tribunal de Justiça acolheu o pedido liminar no Habeas Corpus referente à condenação pelo primeiro roubo. Ao final, o mesmo Tribunal absolveu Robert pelos dois crimes.
História inspiradora 2
Acusado de ser o “maníaco da moto”, que circulava em uma motocicleta vermelha e estuprava mulheres nas ruas de Fortaleza em 2014, o borracheiro Antônio Cláudio foi preso e condenado com base exclusiva em prova de reconhecimento. Em parceria com a Defensoria Pública do Ceará, o Innocence Project Brasil produziu novas provas que demonstravam a impossibilidade de Antônio Cláudio ser o autor dos crimes. Dentre as evidências apontadas pela defesa no novo julgamento, os advogados alegaram que o autor do crime tinha cerca de 1,80 metro, com base em vídeos dele cometendo os crimes. Ao passo que, Antônio Cláudio media 1,59 metro. A advogada e diretora do projeto, Flávia Rahal, afirmou que “a única coisa que sustentou a condenação foi o reconhecimento feito pela vítima” – não houve exame de DNA, por exemplo. O reconhecimento foi feito por um criança de 11 anos, vítima de estupro. Conforme Rahal, a criança se equivocou ao se convencer de que o borracheiro foi o autor do crime. Graças a essas provas, o Tribunal de Justiça do Ceará acolheu Revisão Criminal proposta pelo Projeto e pela Defensoria, e absolveu-o em julho de 2019. Ele permaneceu 5 anos preso injustamente. Mesmo depois de inocentado sofreu uma abordagem violenta ao ser parado em uma blitz. Os agentes policiais consultaram, sua ficha criminal e verificaram que ele havia sido condenado por estupro. Antônio foi, então, maltratado e desrespeitado até que conseguiu esclarecer a situação. Hoje, tenta reconstruir sua vida, teve uma filha recentemente e segue um grande apaixonado por jogos online e pelo Fortaleza FC.